Gerenciar o Risco de Imagem para a Sobrevivência Empresarial
É de conhecimento de todos que a reputação de uma empresa é um dos seus ativos mais valiosos. Porém, o que muitos não percebem é que a reputação de uma empresa pode ser facilmente arruinada por fatores externos e internos, que incluem fraudes, corrupção, suborno, vazamento de dados e até mesmo casos de assédio moral ou sexual. Independentemente do segmento e porte das empresas, é necessário a adoção de medidas adequadas para coibir essas práticas. Neste post, vamos nos aprofundar no conceito de risco de imagem, sua importância e como as ferramentas de gestão de riscos, como uma plataforma de gestão de riscos e um canal de denúncias, podem ajudar a minimizar os riscos e garantir a perenidade das empresas.
O que o COSO diz sobre risco de imagem
O COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) é uma organização privada sem fins lucrativos dedicada a fornecer orientação e melhores práticas para a gestão de riscos, controle interno e governança corporativa. Em relação ao risco de imagem, o COSO afirma que a reputação e a imagem de uma empresa são ativos valiosos que podem ser facilmente danificados por eventos negativos. Além disso, o COSO reconhece que as expectativas dos stakeholders em relação à responsabilidade social e à transparência das empresas estão em constante mudança, aumentando a importância de gerenciar o risco de imagem.
O COSO também destaca a importância de integrar a gestão de riscos de imagem com o gerenciamento de outros riscos corporativos, como o risco operacional, financeiro e de conformidade. Isso envolve a identificação e avaliação de possíveis riscos de imagem em todas as áreas da organização, incluindo operações, marketing, recursos humanos e gestão de crises.
O que a ISO 31000 diz sobre risco de imagem
A ISO 31000, norma internacional de gestão de riscos, aborda o risco de imagem como um dos tipos de riscos que as organizações devem gerenciar. De acordo com a norma, o risco de imagem é definido como o risco de perda de reputação ou de dano à imagem da organização.
A ISO 31000 enfatiza que o risco de imagem é um risco consequente, ou seja, ele é causado por outros riscos que se materializam e resultam em impactos negativos para a imagem da organização. Portanto, é fundamental que as empresas adotem medidas para identificar, avaliar e gerenciar os riscos primários que podem levar a perdas de imagem. A norma também destaca a importância da comunicação efetiva e da transparência para gerenciar o risco de imagem. As empresas devem comunicar claramente suas políticas, valores e práticas de negócios aos stakeholders, além de estar preparadas para gerenciar crises e responder rapidamente a situações que possam afetar sua imagem.
O que os estudos dizem sobre o risco de imagem
De acordo com um estudo de uma grande firma de auditoria, a perda de reputação é a maior preocupação de risco para executivos de empresas em todo o mundo, com 87% dos entrevistados citando-a como uma ameaça significativa. Segundo um estudo da Forbes Insights, a maioria dos executivos acredita que a perda de reputação é o maior risco enfrentado pelas empresas, com 39% dos entrevistados citando-a como a principal preocupação. Outra pesquisa, agora feita pela Harris Interactive mostrou que 89% dos consumidores boicotariam uma empresa se descobrissem que ela estava envolvida em atividades ilegais ou antiéticas.
Esses dados mostram que o risco de imagem é uma preocupação significativa para empresas de todos os setores e tamanhos. Gerenciar esse risco de forma eficaz é fundamental para proteger a reputação da empresa e manter a confiança dos clientes e investidores. Riscos primários e secundários (ou consequentes) Antes de evoluir no assunto como mitigar riscos de imagem, temos que saber um pouco mais sobre a sua natureza e o relacionamento com os riscos primários.
Os riscos podem ser classificados em dois grandes tipos, são eles:
Riscos Primários
Os riscos primários são aqueles inerentes ao negócio ou atividade da organização e podem afetar diretamente seus objetivos estratégicos. Eles são os riscos que as organizações enfrentam em sua atividade principal e são frequentemente categorizados em riscos financeiros, operacionais, estratégicos e de conformidade.
Os riscos financeiros referem-se a fatores que afetam o desempenho financeiro da organização, como flutuações do mercado financeiro, mudanças nas taxas de juros, inadimplência de clientes e problemas de fluxo de caixa.
Os riscos operacionais são aqueles relacionados ao funcionamento diário da organização, como falhas em equipamentos, interrupções de fornecimento, erros humanos, roubo ou perda de dados, entre outros.
Os riscos estratégicos são aqueles que afetam a capacidade da organização de atingir seus objetivos de longo prazo, como mudanças na tecnologia, concorrência, mudanças nas leis e regulamentações e a falta de inovação.
Os riscos de conformidade são aqueles que surgem a partir da necessidade de cumprir as leis e regulamentações aplicáveis às atividades da organização. Eles podem ser relacionados a questões de privacidade, segurança, proteção de dados, meio ambiente, ética nos negócios, entre outros.
Riscos Secundários
Os riscos secundários, também conhecidos como riscos consequentes, são aqueles que decorrem da materialização dos riscos primários. Em outras palavras, eles são consequências de eventos que já ocorreram e podem se manifestar em diferentes formas, como financeiras, de imagem, legais, operacionais, entre outras. Um exemplo disso seria um acidente em uma fábrica que causa poluição ambiental, resultando em multas e processos legais contra a empresa, além da perda de confiança do público. Nesse caso, a poluição seria o risco primário e as multas, processos legais e perda de confiança seriam os riscos consequentes. O gerenciamento adequado dos riscos primários é fundamental para evitar ou minimizar a ocorrência dos riscos consequentes e garantir a perenidade das empresas.
O risco de imagem é um tipo de risco secundário que se refere à possibilidade de ações ou eventos negativos afetarem a reputação e a percepção pública de uma empresa. Isso pode incluir incidentes de segurança cibernética, escândalos de corrupção, produtos defeituosos, acidentes ambientais, entre outros. O impacto pode resultar em perda de receita, perda de clientes e danos à marca.
O risco legal é outro tipo de risco secundário, que se refere à possibilidade de uma empresa enfrentar ações legais, multas e penalidades devido a práticas ou operações não conformes com as leis e regulamentos aplicáveis. Isso pode incluir ações judiciais, processos regulatórios, disputas trabalhistas, processos de propriedade intelectual e outras formas de litígio. O impacto pode resultar em perdas financeiras significativas, danos à reputação e possíveis sanções regulatórias.
Como evitar os riscos de imagem e riscos consequentes
Como vimos, um risco de imagem é um risco consequente, e se um outro risco não tivesse se materializado o risco consequente não existiria. Neste momento parece ficar claro que a mitigação dos riscos de imagem, passa pela gestão dos riscos primários, ou seja, é uma ação que antecede a dos riscos secundários.
Aqui estão algumas estratégias que podem ser úteis:
Ter uma cultura ética e de conformidade: As empresas devem estabelecer valores e princípios éticos claros, bem como regras e normas que norteiem o comportamento de seus colaboradores e parceiros. É importante que essas regras sejam aplicadas de forma consistente em toda a organização, e que a empresa esteja sempre atenta ao cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis.
Investir em treinamento e conscientização: Os colaboradores devem ser treinados para identificar situações que possam representar riscos para a imagem da empresa, como práticas ilegais ou antiéticas, e ser incentivados a relatar essas situações por meio de um canal de denúncias confiável.
Monitorar a reputação online: A internet é um canal importante para a divulgação da imagem da empresa, e também pode ser um canal de risco. Por isso, é importante monitorar as redes sociais e outras plataformas para identificar possíveis crises de imagem e agir rapidamente para minimizar seus impactos.
Ter uma comunicação transparente: A empresa deve ser transparente em suas ações e comunicações, evitando ocultar informações importantes e sempre prestando contas de suas atividades para as partes interessadas.
Implantar práticas de Gestão de Riscos e Compliance, incluindo ferramentas de eletrônicas que facilitem e orientem os processos, como uma plataforma GRC, que pode ajudar as empresas a identificar, avaliar e monitorar seus riscos de imagem e a implementar medidas de mitigação adequadas.
Além disso, contar com um canal de denúncias confiável pode ajudar a empresa a detectar e corrigir irregularidades antes que elas causem grandes danos à sua imagem.
Conclusão
A gestão de riscos corporativos é essencial para a perenidade das empresas no mercado atual. É preciso que os líderes estejam preparados para identificar, avaliar e mitigar os riscos primários e secundários que afetam a organização. O risco de imagem e o risco legal, mesmo sendo riscos secundários, podem causar danos irreparáveis à reputação e às finanças da empresa, caso não sejam gerenciados adequadamente.
Portanto, é fundamental que as organizações adotem medidas proativas para gerenciar seus riscos e evitar a materialização desses riscos. A implementação de uma plataforma GRC, juntamente com um canal de denúncias efetivo, pode auxiliar a empresa a identificar irregularidades e fraudes, prevenindo perdas financeiras e danos à reputação.
Não há mais espaço para a gestão de riscos ser vista como um luxo ou uma preocupação secundária. É uma necessidade absoluta para garantir a sobrevivência e o crescimento da empresa no mercado atual. As empresas devem estar dispostas a investir em processos de gestão de riscos eficientes e eficazes para manter a confiança dos investidores, clientes e outras partes interessadas e garantir um futuro sustentável.
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Autora
Juliana Beatriz Oliveira
Especialista em Negócios
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